Enfermidades ‘sob controle’ explodem de novo
terça-feira, fevereiro 23, 2010 | Author: Blog da redação
Por Roberto Lopes

A Organização Mundial da Saúde prepara para o segundo semestre deste ano, um alerta fartamente documentado sobre enfermidades supostamente erradicadas, ou tidas como "sob controle", que, nos últimos 25 anos, estão reaparecendo com força insuspeita – algumas nas vizinhanças do Brasil.
O governo de Angola informou a entidade que, em decorrência da guerra civil que aconteceu no sul do país – e da degradação dos serviços de prevenção médica na região --, houve um ressurgimento da tripanossomíase africana, mais conhecida como “Doença do Sono”, frequentemente fatal.
Ela é causada por uma subespécie do parasita unicelular Trypanosoma brucei: o T. brucei gambiense, transmitido pela picada da mosca tsé-tsé. Os sintomas da doença febre, tremores, dores musculares e articulares, linfadenopatia (aumento dos ganglios linfáticos), mal estar, perda de peso, anemia e trombocitopenia (redução do número de plaquetas no sangue). Em seis meses podem surgir sintomas neurológicos e a meningoencefalite, que acarreta retardamento mental. Segue-se a morte, em um prazo de até seis anos.
Na primeira metade da década de 70, as autoridades coloniais portuguesas declararam a “Doença do Sono” erradicada em Angola.
Outra enfermidade que recrudesce, dessa vez em território argentino, é a leishmaniose.
Um artigo dos pesquisadores Patricio Garrahan e Oscar Daniel Salomón, publicado no último número da Revista “Ciencia Hoy”, revela: a leishmaniose, considerada uma enfermidade tropical, vem se multiplicando de forma assustadora em zonas temperadas. Nos últimos 25 anos foram registradas epidemias de leishmaniose cutânea em nove províncias (estados) argentinas. A doença provoca a ulceração da pele e, em certos casos, até a mutilação.
Quatro anos atrás o Ministério da Saúde argentino constatou também a incidência de leishmaniose visceral no país. Hoje, pelo menos quatro províncias já anotaram casos dessa enfermidade.
A leishmaniose é uma doença provocada pelos protozoários do gênero Leishmania, transmitida ao homem pela picada de insetos conhecidos no Brasil como mosquitos "palha" – ou "birigui".
A leishmaniose visceral pode ficar incubada no ser humano durante anos. As leishmanioses danificam órgãos como baço e fígado, e até a medula óssea. Seus sintomas são febre, tremores violentos, diarreia, suores, fadiga e anemia. Não sendo tratada, pode apressar complicações fatais em pacientes de baixa imunidade, como os portadores de AIDS.
No Brasil, desde 1985, já foram registrados mais de 600 mil casos de leishmaniose.
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