Estação Espacial: lugar para profissionais
quinta-feira, outubro 22, 2009 | Author: Blog da redação
Por Roberto Lopes

O programa espacial americano está praticamente fechado às cooperações internacionais de fins eminentemente políticos - como a que levou ao espaço, três anos e meio atrás, para um passeio de desconhecido proveito científico, o astronauta brasileiro Marcos Pontes.
O público se lembra bem: Pontes espremido a um canto da cápsula russa Soyuz TMA-8, sorridente, batendo com a mão direita enluvada na pequena bandeira brasileira que levava colada no ombro esquerdo, como se fosse um menino embriagado de felicidade por realizar seu sonho.
Brasília pagou cerca de 10 milhões de dólares à Agência Espacial Russa, para que o coronel Pontes vivesse os seus 15 segundos de glória – momentos que representaram também, claro, um (importante?) lance publicitário do governo federal.
Entre os 15 astronautas que trabalharão na Estação Espacial Internacional, ano que vem, apenas dois – um italiano e um japonês - não são americanos ou russos. E ambos são veteranos: no espaço e na idade.
Paolo Nespoli, o italiano, quando subir ao espaço, em novembro de 2010, estará prestes a completar o seu 54º aniversário. O japonês Soichi Noguchi terá, ao chegar à estação – dentro de cinco meses -, quase 45 anos de idade.
A dupla possui currículos invejáveis. Nespoli é um especialista na robótica dos laboratórios espaciais; a área de especialidade de Noguchi são os projetos aerodinâmicos.
Marcos Pontes foi declarado astronauta pela Nasa (Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos) em 2000, mas desanimou logo em 2004, aos 41 anos, depois de ter sido preterido na escala de uma tripulação que seguiria para a Estação Internacional a bordo de uma nave Soyuz. O transporte russo só leva três tripulantes de cada vez, e isso alongara muito a lista dos candidatos ao vôo. A solução foi fazer o passeio espacial em uma outra missão do programa espacial russo, que nada tinha a ver com os afazeres da Estação Espacial.
Só como comparação: Paolo Nespoli aguardou por sete anos a sua vez de subir ao espaço em um vôo da Nasa; Noguchi esperou dez.