Obama apazigua muçulmanos americanos mas ataca Al Qaeda
quarta-feira, janeiro 26, 2011 | Author: Blog da redação
Por Roberto Lopes

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse ontem, no Congresso, durante o tradicional discurso sobre “o estado da União”, que o movimento terrorista da Al Qaeda nunca esteve sob tanta pressão, em seus esconderijos nas montanhas da fronteira do Paquistão com o Afeganistão, como agora.
Falando aos congressistas sob as vistas de todo o seu gabinete – e de dezenas de militares convidados --, Obama informou que “a guerra do Iraque está perto do fim”. Ele também confirmou para junho o início de retirada das tropas americanas do território afegão.
Em um trecho apaziguador de seu discurso, o presidente americano enfatizou: “todo o muçulmano americano faz parte da grande família americana” – e ouviu prolongados aplausos.
Obama citou ao Brasil ao dizer que viajará ao país, ao Chile e a El Salvador, em março próximo, para “renovar alianças” nas Américas. A viagem ao Brasil estava marcada para o ano passado, mas foi cuidadosamente adiada pela assessoria de Obama, em razão da aproximação do então presidente Luis Inácio Lula da Silva com seu colega iraniano Mahmmoud Ahmadinejad – postura que a presidente Dilma Roussef não dá sinais de que vá perseguir.
Obama propôs um congelamento dos gastos públicos americanos por cinco anos, e informou que o Secretário da Defesa, Robert Gates “e seus generais” também concordaram em perder verbas, para contribuir com a nova política de austeridade.
O chefe do governo americano afirmou: com essa e outras medidas, os Estados Unidos são capazes de, no espaço de uma década, economizar 400 bilhões de dólares.
Obama foi muito aplaudido quando defendeu melhores condições para a formação de professores do Ensino Fundamental em seu país, e um mecanismo que garanta o funcionamento de um sistema popular de Saúde, capaz de assegurar o tratamento de doenças letais, como o câncer.
Trabalho exaustivo nos canaviais será regulado
quarta-feira, janeiro 05, 2011 | Author: Blog da redação
Por Roberto Lopes

O caráter exaustivo e potencialmente ameaçador ao funcionamento do organismo humano identificado na rotina dos cortadores de cana, está na mira das autoridades paulistas da Saúde.
Estudo inédito, feito com base em inspeções coordenadas pela Vigilância Sanitária Estadual, concluiu pela necessidade urgente de uma regulamentação da atividade profissional nas lavouras de cana-de-açúcar. O objetivo é melhorar, de forma consistente, as condições sanitárias no dia-a-dia desses trabalhadores braçais.
O estudo constatou que, apesar de todas as recomendações do governo estadual – e das comprovações técnicas acerca da eficiência obtida pela mecanização da colheita --, na grande maioria das plantações ainda existe o corte manual da cana – uma rotina repetitiva, praticada à exaustão. A cada um minuto trabalhado são feitas 17 flexões de tronco pelo cortador, e aplicados 54 golpes de facão. O joelho fica todo o tempo semiflexionado, e há extensão da cervical. Muitas cortadoras de cana procuram assistência médica por causa de câimbras severas.
Não há sombra nos canaviais e o cortador não se hidrata adequadamente. Por dia, são cortadas e carregadas, em média, 12 toneladas de cana, e percorrido um percurso de quase nove quilômetros. Ao final da jornada diária, o cortador perdeu oito litros de água.
Os trabalhadores já levam de casa a água potável que consumirão no campo, reabastecendo seus galões (quando possível) nos reservatórios dos ônibus que os transportam. Mas esses recipientes de armazenamento não são refrigerados, e apresentam péssimas condições de estocagem e higiene. Em 40% dos casos, a água fornecida pelas usinas e pelos fazendeiros aos cortadores de cana não vêm de fontes tratadas – assim, ela nem sempre atende aos requisitos de potabilidade.
Também foi verificada a falta de local adequado para esses trabalhadores braçais realizarem suas refeições. Pior: as marmitas que eles levam para a lavoura ficam acondicionadas de forma imprópria. Muitas vezes a comida fermenta ou azeda. Como o corte da cana consome muita energia, os cortadores acabam ingerindo aquele alimento, mesmo que ele esteja estragado.
Apesar de ser um segmento altamente lucrativo, o setor sucroalcooleiro ainda oferece condições de trabalho que, em geral, são de má qualidade, colocando em risco a saúde dos colaboradores destacados para os canaviais.
Desde 2007, a Secretaria capacitou 500 profissionais de todo o estado para fazer a fiscalização nas lavouras. Nesse período, foram inspecionadas 148 usinas, mas as autuações não passaram de 102.
Já existe uma normatização estadual para as condições sanitárias dos alojamentos onde ficam os cortadores. Mas essas regras vão, agora, se estender ao trabalho diário nos canaviais.