Ufes e Marinha farão pesquisas no meio do Atlântico Sul
quinta-feira, setembro 23, 2010 | Author: Blog da redação
Por Roberto Lopes

Uma parceria do Comando da Marinha com a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), apoiada pelos ministérios da Defesa e do Meio-Ambiente, garantiu a recente criação da Estação Científica da Ilha da Trindade (ECIT), a 1.167 quilômetros da capital capixaba, e a 1.416 quilômetros do Rio de Janeiro.
A nova Estação integra o Programa de Pesquisas Científicas da Ilha da Trindade (Protrindade), criado no âmbito da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM), com o objetivo de promover experimentos científicos na área – próxima às principais bacias petrolíferas e à região de maior desenvolvimento econômico do país.
A ilha possui área de 8,2 quilômetros quadrados e relevo bastante acidentado, com elevações de até 600 metros. A estimativa é de que tenha surgido há três milhões de anos. Sua origem vulcânica pode ser atestada pela presença, ainda hoje, de larvas, cinzas e areias vulcânicas, mas a última erupção deve ter ocorrido há, pelo menos, 50 mil anos. Entre os séculos 18 e 19 a ilha foi usada como ponto de apoio por traficantes de escravos e piratas ingleses.
A nova instalação em Trindade permitirá a obtenção de dados essenciais para a previsão meteorológica. A Marinha sediou um destacamento de 30 militares na ilha, a única, de tipo oceânico, dotada de água potável, geração própria de energia, refeitório, frigorífico, telefone, televisão e acesso à Internet.
A construção da estação exigiu que fossem superados alguns desafios, entre eles a dificuldade de acesso à ilha. Não há praias que facilitem o desembarque por superfície, em função da existência de um anel de corais. É necessário cuidado também com a arrebentação e com a mudança repentina do tempo.
A Marinha gastou quatro dias – e 126 vôos de helicóptero entre o convés de um navio transporte e a ilha – para descarregar 100 toneladas de material em terra firme. A Estação foi concebida por uma equipe da Ufes com experiência nas construções em lugares inóspitos. O projeto aproveita a ventilação natural e a energia solar. O PVC foi largamente empregado na construção, por ser mais eficiente para obras em locais de difícil acesso.
Crise econômica da Al Qaeda aproxima terroristas africanos do narcotráfico
quarta-feira, setembro 15, 2010 | Author: Blog da redação
Por Roberto Lopes

Em um processo bastante semelhante ao que aproximou a guerrilha das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) da produção e venda de cocaína, os terroristas da Al Qaeda do Maghreb Islâmico (Norte da África) – originários da Argélia, Mauritânia, Máli e Marrocos -- estão cada vez mais envolvidos com a proteção aos comboios de cocaína, como forma de assegurar o financiamento de sua Jihad (popularmente traduzida como “Guerra Santa”) Africana.
Sucessivos congelamentos de bens mantidos por pessoas físicas e jurídicas ligadas à chamada Al Qaeda Central – dirigida das montanhas do Paquistão por Osama Bin Laden -- em bancos do Ocidente e da Ásia, vêm privando o movimento terrorista de equilíbrio financeiro. Assim, o braço do Maghreb precisou alavancar recursos próprios para as suas ações violentas.
Segundo autoridades de Polícia Internacional da Europa e dos países-membros da União Africana, a cúpula da Al Qaeda do Maghreb – que só não tem autonomia para tratar de questões religiosas -- deliberou “comboiar” os carregamentos de cocaína que chegam por mar à Mauritânia.
O eixo Mauritânia-Marrocos-Argélia-Tunísia é uma das principais rotas da cocaína que se destina a consumidores da Europa. Na parte setentrional do continente africano, o conduto da droga para a Ásia, é o Egito.
No primeiro semestre, uma ofensiva da polícia da Mauritânia (orientada pela agência norte-americana DEA – Drug Enforcement Administration) sobre membros da Al Qaeda do Maghreb que escoltavam um carregamento de drogas, resultou na prisão de 20 guerrilheiros.
Os terroristas africanos davam cobertura a oito caminhões, que transportavam cinco toneladas de cocaína, armas leves e vários botijões de gasolina. Três traficantes morreram no confronto, perto da fronteira com o Máli.
Em recente entrevista à agência de notícias Angop, o embaixador do Mali em Angola, Farouk Camará, frisou que as guerras africanas não têm nenhum motivo religioso, como defendem alguns observadores, mas uma origem essencialmente económica.
“Os conflitos existentes na África sub-sahariana não são motivados por questões religiosas entre muçulmanos e cristãos”, disse Camará, “mas na sua base estão questões económicas, a má gestão do mercado, a insuficiência de terras para a agricultura ou o pastoreio, assim como a má governança”.
Perguntado sobre as ações da Al Qaeda do Magreb Islâmico em seu país, o diplomata disse que a organização guerrilheira não é um problema interno do Mali, porque vem do Norte – ou, concretamente, da Argélia.
‘Princezinha do Mar’ está mais velha
quinta-feira, setembro 02, 2010 | Author: Blog da redação
Por Roberto Lopes

Imortalizado na canção de João de Barro e Alberto Ribeiro, que o lendário Tom Jobim (1927-1994) adorava incluir em seus shows ("Copacabana, princezinha do mar/Pelas manhãs tu és a vida a cantar..."), o bairro carioca de Copacabana – segundo mais famoso do Rio (depois de Ipanema) --, já é o retrato do que será o Brasil na metade final do século 21: reduto de uma população em que um, em cada três cidadãos, é idoso.
Segundo projeção do Ministério da Saúde, 11% da população brasileira estão hoje na chamada Terceira Idade – e em apenas 15 anos esse índice dobrará, escalando o patamar dos 22%.
Para a União, a longevidade da população reflete uma ampliação da consciência governamental – nos três níveis (federal, estadual e municipal) -- acerca da necessidade de adoção de práticas médicas que, apesar de bastante caras, não podem ser negligenciadas ou consideradas um luxo, supérfluas.
Tão importante quanto isso: em algumas regiões do país, a incorporação desses procedimentos mais sofisticados pelos sistemas públicos de Saúde já se inicia na atenção aos primeiros meses de vida dos cidadãos brasileiros.
As estações do inverno e do outono facilitam, por exemplo, a propagação do vírus Sincicial Respiratório, que causa a maioria das bronquiolites em crianças abaixo de um ano. Esse é o vírus mais agressivo, principalmente nos estados do Sul e do Sudeste. Para combate-lo as autoridades médicas devem aplicar a droga Palivizumabe, mensalmente, sem interrupção, durante o primeiro ano dos bebês prematuros, para que eles possam ganhar resistência.
A medicação precisa ser ministrada no local em que as crianças prematuras são cuidadas, após deixarem a UTI por motivos respiratórios, de nutrição e desenvolvimento orgânico. Mas o Palivizumabe é um remédio caro e específico. Poucos estados brasileiros oferecem este tipo de imunização. O último deles a adotar esse procedimento em seu sistema público de Saúde foi o Rio Grande do Sul.