Crise econômica da Al Qaeda aproxima terroristas africanos do narcotráfico
quarta-feira, setembro 15, 2010 | Author: Blog da redação
Por Roberto Lopes

Em um processo bastante semelhante ao que aproximou a guerrilha das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) da produção e venda de cocaína, os terroristas da Al Qaeda do Maghreb Islâmico (Norte da África) – originários da Argélia, Mauritânia, Máli e Marrocos -- estão cada vez mais envolvidos com a proteção aos comboios de cocaína, como forma de assegurar o financiamento de sua Jihad (popularmente traduzida como “Guerra Santa”) Africana.
Sucessivos congelamentos de bens mantidos por pessoas físicas e jurídicas ligadas à chamada Al Qaeda Central – dirigida das montanhas do Paquistão por Osama Bin Laden -- em bancos do Ocidente e da Ásia, vêm privando o movimento terrorista de equilíbrio financeiro. Assim, o braço do Maghreb precisou alavancar recursos próprios para as suas ações violentas.
Segundo autoridades de Polícia Internacional da Europa e dos países-membros da União Africana, a cúpula da Al Qaeda do Maghreb – que só não tem autonomia para tratar de questões religiosas -- deliberou “comboiar” os carregamentos de cocaína que chegam por mar à Mauritânia.
O eixo Mauritânia-Marrocos-Argélia-Tunísia é uma das principais rotas da cocaína que se destina a consumidores da Europa. Na parte setentrional do continente africano, o conduto da droga para a Ásia, é o Egito.
No primeiro semestre, uma ofensiva da polícia da Mauritânia (orientada pela agência norte-americana DEA – Drug Enforcement Administration) sobre membros da Al Qaeda do Maghreb que escoltavam um carregamento de drogas, resultou na prisão de 20 guerrilheiros.
Os terroristas africanos davam cobertura a oito caminhões, que transportavam cinco toneladas de cocaína, armas leves e vários botijões de gasolina. Três traficantes morreram no confronto, perto da fronteira com o Máli.
Em recente entrevista à agência de notícias Angop, o embaixador do Mali em Angola, Farouk Camará, frisou que as guerras africanas não têm nenhum motivo religioso, como defendem alguns observadores, mas uma origem essencialmente económica.
“Os conflitos existentes na África sub-sahariana não são motivados por questões religiosas entre muçulmanos e cristãos”, disse Camará, “mas na sua base estão questões económicas, a má gestão do mercado, a insuficiência de terras para a agricultura ou o pastoreio, assim como a má governança”.
Perguntado sobre as ações da Al Qaeda do Magreb Islâmico em seu país, o diplomata disse que a organização guerrilheira não é um problema interno do Mali, porque vem do Norte – ou, concretamente, da Argélia.
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