Por Roberto Lopes

Professor titular do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro – e especialista em terapia celular --, o Dr. Radovan Borojevic, apresentou palestra no Rio, no último dia 26, defendendo o emprego de células-tronco adultas mesenquimais no tratamento de lesões ortopédicas.
“Tratamentos desenvolvidos a partir da própria célula do paciente já são realizados no Brasil e no resto do mundo”, lembrou Borojevic. “As células-tronco adultas mesenquimais são naturalmente capazes de realizar reparo e regeneração de tecidos e, portanto, os resultados de sua aplicação em pacientes são excelentes”, garantiu.
O especialista elencou as possíveis fontes de células-tronco adultas e seus aplicativos: “A medula óssea e o tecido adiposo são ótimas fontes de células-tronco adultas. Elas podem ser coletadas, cultivadas, manipuladas e aplicadas em pacientes para diferentes fins. As células mesenquimais podem reparar músculos, tendões, cartilagem, osso, sistema nervoso, entre outras possibilidades”.
Para o Dr. Borojevic, “as células-tronco mesenquimais têm a capacidade de se diferenciar de acordo com o ambiente tecidual em que são aplicadas. Elas não formam ossos onde não deveriam formar. Isso já foi comprovado e nos deixa tranqüilos e seguros para avançarmos ainda mais com as terapias celulares”, afirmou.
Segundo o médico, os tratamentos celulares desenvolvidos no Brasil já atenderam a pacientes que sofriam de necrose da cabeça do fêmur, falha de reparo de fratura de osso, e também em reparo de cartilagem. Todos apresentaram resultados positivos, principalmente quando comparados às terapias ortopédicas convencionais. A Anvisa já autorizou um laboratório a manipular as células para uso humano.
A palestra de Borojevic contou com a participação da professora Tatiana Coelho Sampaio, da UFRJ, convidada pelo especialista para apresentar algumas propostas de terapias celulares.
De acordo com a bióloga, estudos de tratamentos de lesões raqui-medulares agudas em modelos experimentais já estão sendo realizados no Brasil com sucesso. Ela apresentou exemplos de pesquisas realizadas pela equipe de terapia celular da UFRJ, com recuperações funcionais que se manifestaram após oito semanas de aplicação das células.
Munique precisará encarar seu passado
terça-feira, outubro 19, 2010 | Author: Blog da redação
Por Roberto Lopes

Nos últimos 30 anos, o governo da Alemanha tentou imprimir ao destino turístico Munique, no sul do país, a reputação de cidade das cervejarias, das artes e espetáculos e da Cultura em geral. Mas a sede do Estado da Baviera, de 1,5 milhão de habitantes, berço – na década de 1920 -- do partido político liderado por Adolf Hitler, precisará encarar o seu passado, de a “Capital do Movimento (Nacional-Socialista)”.
Em abril do ano que vem começa a ser erguido um centro de documentação do Terceiro Reich, que ocupará, no setor noroeste de Munique, o local onde ficava a tristemente famosa Braunes Haus – “Casa Marrom” --, no número 45 da Briennerstrasse (Rua Brinner), antiga sede do Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei (Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães).
Durante os anos de 1930 e a primeira metade da década de 1940, os visitantes que chegavam a Munique recebiam um folheto com o convite em tom de ordem: “Os membros do partido de todo o Reich não vão perder a oportunidade de conhecer a Casa Marrom durante a visita a Munique.”
A Brauner Haus foi danificada por um bombardeio aéreo em outubro de 1943, e quase toda destruída pelas bombas aliadas no final da 2ª Guerra. O entulho foi varrido do local em 1947, deixando um terreno baldio.
A construção planejada para ter início na primavera alemã de 2011 terá a forma de um cubo, e consumirá 30 milhões de euros – aproximadamente 80 milhões de reais – que serão aportados pelo Governo Federal, a Administração do Estado da Baviera e a Prefeitura muniquense, a cargo, atualmente, de Christian Ude.
Em décadas recentes, muitos pontos da cidade identificados com a história do Nazismo, como a cervejaria Bürgerbräukeller – freqüentada por Hitler e seus adeptos – e a placa no local onde caíram as vítimas do tiroteio que dispersou os nazistas revoltosos de novembro de 1923, formaram um circuito turístico paralelo ao oferecido pelo serviço local de recepção a visitantes, e as agências de viagens.