Projeto do satélite universitário será checado em março
quinta-feira, fevereiro 25, 2010 | Author: Blog da redação
Por Roberto Lopes

Especialistas do Instituto de Tecnologia Aeronáutica (ITA), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), da Agência Espacial Brasileira (AEB) e da consultoria internacional TU Berlin se reúnem em São José dos Campos (SP), na última semana de março, para rever o elenco de medidas preliminares – Preliminary Requirement Review (PRR), no jargão científico internacional -- a serem tomadas no projeto do satélite artificial universitário ITASAT.
O ITASAT prevê o lançamento (ainda sem data marcada) de um engenho – batizado ITASAT-1 -- de pequeno porte (aproximadamente 80kg) que irá operar em baixa órbita terrestre (600 km de altitude). O satélite deve estar apto a realizar coleta de dados em consonância com as normas do Sistema Brasileiro de Coleta de Dados Ambientais. O ITASAT-1 também permitirá a realização de testes com cargas úteis experimentais.
O programa irá viabilizar a formação de recursos humanos em nível de graduação e de pós-graduação por todo o espectro do projeto. O ITASAT é dividido em subsistemas que envolvem: estrutura, controle térmico, suprimento de energia, computador de bordo, controle de atitude, telemetria e telecomando, carga útil, transponder de coleta de dados e experimentos.
A coordenação geral do Projeto cabe à AEB, tendo o ITA como responsável pela execução do projeto e o Inpe como provedor de consultoria técnica, de infraestrutura laboratorial e gestor financeiro. Os gerentes técnicos são o Engenheiro Katuchi Techima (AEB), Engenheiro Wilson Yamaguti (Inpe) e o Professor David Fernandes (ITA).
Sob a coordenação do ITA participam, além de professores e alunos de graduação e pós-graduação do Instituto, professores e alunos de graduação e de pós-graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP), da Universidade Estadual de Londrina (UEL), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), da Universidade de Brasília (UnB), do Inpe e da Technical University of Berlin (TU Berlin), esta última através de estudantes bolsistas do Programa UNIBRAL da CAPES/DAAD. No ano passado trabalharam no projeto 32 alunos de graduação, 23 mestrandos e cinco doutorandos.
O programa “Missão ITASAT-1” está inserido no Plano Plurianual “Desenvolvimento e Lançamento de Satélites Tecnológicos de Pequeno Porte” (PPA/Ação 4934), que prevê a realização de uma série de missões destinadas a realizar experimentos, desenvolver e testar inovações tecnológicas de satélites e cargas úteis, além de capacitar a indústria aeroespacial brasileira.
Enfermidades ‘sob controle’ explodem de novo
terça-feira, fevereiro 23, 2010 | Author: Blog da redação
Por Roberto Lopes

A Organização Mundial da Saúde prepara para o segundo semestre deste ano, um alerta fartamente documentado sobre enfermidades supostamente erradicadas, ou tidas como "sob controle", que, nos últimos 25 anos, estão reaparecendo com força insuspeita – algumas nas vizinhanças do Brasil.
O governo de Angola informou a entidade que, em decorrência da guerra civil que aconteceu no sul do país – e da degradação dos serviços de prevenção médica na região --, houve um ressurgimento da tripanossomíase africana, mais conhecida como “Doença do Sono”, frequentemente fatal.
Ela é causada por uma subespécie do parasita unicelular Trypanosoma brucei: o T. brucei gambiense, transmitido pela picada da mosca tsé-tsé. Os sintomas da doença febre, tremores, dores musculares e articulares, linfadenopatia (aumento dos ganglios linfáticos), mal estar, perda de peso, anemia e trombocitopenia (redução do número de plaquetas no sangue). Em seis meses podem surgir sintomas neurológicos e a meningoencefalite, que acarreta retardamento mental. Segue-se a morte, em um prazo de até seis anos.
Na primeira metade da década de 70, as autoridades coloniais portuguesas declararam a “Doença do Sono” erradicada em Angola.
Outra enfermidade que recrudesce, dessa vez em território argentino, é a leishmaniose.
Um artigo dos pesquisadores Patricio Garrahan e Oscar Daniel Salomón, publicado no último número da Revista “Ciencia Hoy”, revela: a leishmaniose, considerada uma enfermidade tropical, vem se multiplicando de forma assustadora em zonas temperadas. Nos últimos 25 anos foram registradas epidemias de leishmaniose cutânea em nove províncias (estados) argentinas. A doença provoca a ulceração da pele e, em certos casos, até a mutilação.
Quatro anos atrás o Ministério da Saúde argentino constatou também a incidência de leishmaniose visceral no país. Hoje, pelo menos quatro províncias já anotaram casos dessa enfermidade.
A leishmaniose é uma doença provocada pelos protozoários do gênero Leishmania, transmitida ao homem pela picada de insetos conhecidos no Brasil como mosquitos "palha" – ou "birigui".
A leishmaniose visceral pode ficar incubada no ser humano durante anos. As leishmanioses danificam órgãos como baço e fígado, e até a medula óssea. Seus sintomas são febre, tremores violentos, diarreia, suores, fadiga e anemia. Não sendo tratada, pode apressar complicações fatais em pacientes de baixa imunidade, como os portadores de AIDS.
No Brasil, desde 1985, já foram registrados mais de 600 mil casos de leishmaniose.
Frades inauguram convento Franciscano no violento Sudão
sexta-feira, fevereiro 19, 2010 | Author: Blog da redação
Por Roberto Lopes

Até a primeira semana de outubro, época em que se comemora a tradicional Festa de São Francisco de Assis, os Frades Franciscanos devem inaugurar o seu primeiro convento em Cartum, a capital do turbulento Sudão.
A cidade não é apenas a capital do maior país africano. Trata-se da sede de uma nação mergulhada em conflitos étnicos e políticos, que se desenvolvem em um ambiente totalmente islâmico. Nos últimos dois anos, a Ordem dos Franciscanos viveu numa pobre moradia, na periferia urbana – imóvel emprestado pelo Bispo local. A construção do convento, o primeiro do Sudão, foi iniciada em janeiro.
Em Cartum, há cinco Frades: três estudantes – Peter, John, e Charles --, um egípcio – Magdy -- e o filipino Melito. Eles se ocupam dos cristãos ali refugiados há vários anos. A Ordem foi fundada por Francisco de Assis em 1221. Seus atuais integrantes fizeram voto de pobreza, castidade e obediência, em ambiente de clausura.
Em duas paróquias e treze centros pastorais, além das seis escolas, o grupo de Frades se constitui em uma das principais referências para os católicos sudaneses e estrangeiros residentes no país.
Peregrinos conhecerão a vida de Maria através de multimídia
sexta-feira, fevereiro 12, 2010 | Author: Blog da redação
Por Roberto Lopes

A entidade francesa Associação Maria de Nazaré inaugura no fim deste ano, na cidade de Nazaré, o Centro Internacional Maria de Nazaré – um complexo de três prédios defronte à Igreja da Anunciação --, que oferecerá a peregrinos, turistas e moradores da Terra Santa, informações detalhadas sobre a vida da mãe de Jesus, valendo-se dos mais modernos recursos multimídia.
O Centro terá outras instalações espalhadas pela área urbana. Numa delas, no fim do ano passado, foram encontradas as ruínas de edificações residenciais do chamado período Helenístico, entre os anos de 300 antes de Cristo e 100 depois de Cristo. O local foi excluído da lista de escritórios do Centro Maria de Nazaré, e entregue aos cuidados da “Israel Antiquities Authority” – a agência israelense que cuida da investigação arqueológica.
A Igreja da Anunciação foi erguida no local onde o anjo Gabriel teria comunicado a Maria a vinda de Jesus Cristo.
O Centro está sendo instalado em um quadrilátero de apenas três quarteirões – cerca de 300 metros – de extensão lateral, delimitado pelo local onde se supõe esteve a casa de Maria, a oficina de seu esposo José, a Sinagoga e a chamada “Tumba do Justo” – que muitos historiadores também entendem como uma referência a José.
Nazaré teria sido a cidade onde Jesus passou a maior parte da infância – etapa de sua vida sobre a qual há pouquíssimas referências de indiscutível valor histórico.
Russos ampliam parceria com o Brasil na área espacial
quinta-feira, fevereiro 04, 2010 | Author: Blog da redação
Por Roberto Lopes

Projeto impensável até 20 anos atrás, quando os planos da Aeronáutica brasileira no campo espacial eram vigiados – e criticados – de perto pelos Estados Unidos, a cooperação da Rússia com o Brasil no setor já é tratada às claras, e está até se expandindo.
O Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) confirmou: o Instituto de Aviação de Moscou está apoiando a formação dos 40 especialistas nacionais que, no Instituto Tecnológico de Aeronáutica, em São José dos Campos (SP), estudam as técnicas de propulsão líquida para foguetes. Eles devem completar seus cursos até o fim de 2012, somando-se a outros 40 profissionais já diplomados nessa área.
Instrumentada por misturas à base de querosene especial, oxigênio líquido e álcool, a propulsão líquida confere um empuxo muito maior aos engenhos especiais. O problema é que seus componentes resultam em produtos muito mais instáveis do que o chamado combustível sólido – usado intensivamente pela Força Aérea Brasileira e algumas empresas privadas, como a Avibras Indústria Aeroespacial (também em São José dos Campos), que fornece foguetes militares do tipo terra-terra (lançados de um veículo blindado em terra para atingir alvos em terra).
Em outra vertente dessa parceria, a companhia russa Space Rocket Center Makeyev prestou consultoria técnica à elaboração do projeto básico da nova Torre Móvel de Integração que está sendo erguida em Alcântara, no Maranhão, para lançar o Veículo Lançador de Satélites brasileiro – mais conhecido pela sigla VLS.
Os russos sugeriram mudanças nos sistemas de segurança da torre. As mudanças permitiram adaptar o projeto às normas internacionais. A mesma empresa também foi contratada pela Aeronáutica para dar suporte técnico ao projeto do VLS na parte de segurança e confiabilidade, um contrato estimado em cerca de R$ 3,5 milhões.
A nova torre, de 33 metros de altura e 330 toneladas de peso, substituirá a que foi completamente destruída na explosão de um foguete VLS em agosto de 2003 – episódio em que morreram 21 técnicos civis e militares do Brasil. As principais modificações estão relacionadas aos ambientes pressurizados e às saídas de emergência escape para o caso de acidentes. Em uma situação dessas, as pessoas que estiverem trabalhando no local terão mais condições de sobreviver. Elas poderão sair por um túnel subterrâneo, e ficar abrigadas de forma segura durante vários dias. Todo o sistema também terá proteção térmica para suportar altas temperaturas.
O projeto assessorado pelos russos envolve a construção de uma torre móvel, mesa de lançamento, torre de umbelicais (cabos que são conectados ao foguete), túnel e torre de escape, bem como uma série de equipamentos indispensáveis ao seu funcionamento: sistemas elétricos, de climatização, detecção, alarme e combate a incêndio, rede de gerenciamento, circuito fechado de TV, sala de interface e casa de equipamentos de apoio.
A expectativa da Agência Espacial Brasileira é que a torre esteja pronta para iniciar os primeiros lançamentos até dezembro de 2010. A estrutura atenderá não só ao VLS, mas também aos programas de lançamento do foguete ucraniano Ciclone 4.